28 de jan. de 2015

Advogado diz que doleiro era "pau mandado" de políticos

Youssef diz que pagava propina a mando de agentes políticos

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

A defesa do doleiro Alberto Youssef disse nessa quarta (28), à Justiça Federal, que ele não liderou o esquema de corrupção que desviou milhões de Reais da Petrobras. 

O advogado Antônio Figueiredo Brasto, que defende o doleiro, disse que o seu cliente fazia pagamento de propina a mando de agentes políticos, por isso Youssef não pode ser condenado por corrupção passiva.

O doleiro está preso e em seu depoimento de delação premiada, ele revelou os nomes dos políticos que se beneficiaram do esquema, mas os nomes não foram revelados, estão sob segredo de justiça.

No próximo mês o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve denunciar os políticos denunciados ao Supremo Tribunal Federal (STF), por terem direito a foro privilegiado.

Ao responder uma das ações contra Youssef, seu advogado disse que o doleiro não agiu sozinho e que não tinha poderes suficientes para favorecer quem quer que fosse na Petrobras. "Sua função era fazer o dinheiro chegar aos corruptos e irrigar contas de partidos políticos, conforme ele mesmo informou em seu interrogatório. Podemos afirmar, sem qualquer margem de erro, que as propinas somente existiram por vontade dos agentes políticos", alega a defesa.

Na petição, a defesa compara o esquema investigado na Lava Jato com a Ação Penal 470, o processo do mensalão.
"Embora esse projeto de poder não seja novo, haja vista já ter sido implementado antes em outros órgãos públicos, conforme restou provado no julgamento da Ação Penal 470/MG, conhecido como 'mensalão'¸ no caso vertente foi superlativo, quer pelo requinte dos malfeitos quer pela audácia e desmedida ganância dos agentes políticos que, incrustados no poder, fizeram movimentar a máquina pública para atender suas exigências, desviando valores vultosos da maior empresa do país, a Petrobras" - argumenta Basto.

O grande problema nessa história toda é que nem Lula em oito anos, ou Dilma nos últimos quatro anos, tiveram a coragem de enfrentar esta mancha na política brasileira, herdada do trono português, chamada corrupção.

Os primeiros registros de práticas de ilegalidade no Brasil, que temos registro, datam do século XVI no período da colonização portuguesa. O caso mais freqüente era de funcionários públicos, encarregados de fiscalizar o contrabando e outras transgressões contra a coroa portuguesa e ao invés de cumprirem suas funções, acabavam praticando o comércio ilegal de produtos brasileiros como pau-brasil, especiarias, tabaco, ouro e diamante.

Enquanto não for encarada e combatida de frente, a corrupção continuará a sangrar os cofres públicos.

com informações da Agência Brasil

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