10 de mar. de 2015

Barusco não incrimina Lula e Dilma

O depoimento de Pedro Barusco à CPI da Petrobras da Câmara não incrimina Lula e Dilma

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, CPI, começou a ouvir Pedro Barusco na manhã desta terça-feira (10) na Câmara dos Deputados. Entre os inscritos para fazer os questionamentos à Barusco, os deputados de oposição foram diretos nas perguntas tentando envolver o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma, todas elas negadas pelo entrevistado. Barusco disse que começou a receber propina em 1997 e que em 2004 o recebimento de propina estava institucionalizado. 

O grande embrólio, que a mídia tenta tirar proveito para incriminar Lula e Dilma, que está posto é que, por várias vezes, Barusco afirmou que o PT estava nominado em sua planilha de repasse de propina, mas ele não soube dizer  se o partido recebeu de forma legal ou não. Afirmou ainda que as propinas eram feitas de forma endêmica porque era uma coisa automática, à partir de 2004, ou seja, desde 1997 que essas propinas eram eram feitas de modo aleatório mas que foram se organizando ao longo dos anos, até ficarem automáticas em 2004. Resumindo: O esquema de corrupção na Petrobras não começou no governo Lula e está sendo desbaratado no governo Dilma.

Outra afirmação repetida diversas vezes por Barusco, foi a que "pelo fato de existir pagamento de propina na Petrobras, o que é lamentável, não significa que todo o resto esteja ruim", rebatendo afirmações de deputados de oposição que tentavam a todo momento desenhar a imagem da Petrobras como destruída.

O deputado Otávio Leite, PSDB/RJ, tentou maquiar o fato de que as propinas na Petrobras existiram bem antes de 2004, afirmando que o PT nunca teve uma iniciativa de investigar o fato nos 12 anos que está no poder. Uma tentativa débil e que revela a falta de compromisso com a verdade dos tucanos, visto que o deputado Valmir Assunção, PT/BA, pediu claramente a Barusco que revelasse os nomes dos políticos do PT, "porque os atos ilícitos não foram realizados em nome do ex-presidente Lula, da presidenta Dilma ou em nome do Partido dos Trabalhadores". Disse o parlamentar baiano.

O depoente quando questionado acerca de fatos ocorridos durante o governo FCH, respondia que não tinha conhecimento ou que não poderia se aprofundar no tema, ao contrário de quando respondia as perguntas sobre acontecimentos posteriores a 2004, fazendo questão de nominar Lula e Dilma, embora não tenha feito nenhuma acusação a ambos.

O deputado Delegado Waldir, PSDB/GO, por diversas vezes saiu em defesa de Barusco, quando alguma perguntas eram feitas ao período anterior a 2004, uma delas chegou a dizer que os deputados do PT "estavam fazendo tortura psicológica com o depoente", dando gargalhadas após ter feito essa intervenção.

O deputado Darcísio Perondi , PMDB/RS, ferrenho opositor de Lula e Dilma, chegou a perguntar se Barusco tinha ido ao casamento da filha de Dilma e se ele tinha medo de sair dessa história como o Marcos Valério, condenado a 40 anos de prisão. As perguntas feitas pelo deputado Perondi beira a imbecilidade, o casamento da procuradora do Trabalho Paula Rousseff Araújo, 32, filha única da então ministra-chefa da Casa Civil, Dilma Rousseff, ocorreu em abril de 2008 e, ao que parece, o deputado fanfarrão tinha o objetivo de insinuar algum envolvimento da presidenta com Barusco, o que chega ser patético.

Perguntar a um camarada que está atolado em denúncias de recebimento de propinas, que fez um acordo de delação premiada, se sente medo de pegar 40 anos de cadeia é ridículo, uma pena que ele não devolveu a pergunta ao deputado. Às duas perguntas Barusco respondeu que "eu nem fui convidado para o casamento da filha da presidenta Dilma e quanto a outra pergunta, o que está feito, está feito. Estou tentando colaborar com a Justiça".

A reunião começou por volta das 09:30h e estendeu-se até as 16:30h
Confira alguns trechos do depoimento:




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